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Entrevista: Luke Marceel (Escritorxxx)

"Eu sempre tento criar personagens “cinzas”, que não são nem pretos e nem brancos, onde não exista só o bem ou o mal, mas ambos, em uma mesma pessoa. Isso nos aproxima da realidade, pois todos nós temos qualidades e defeitos, erramos e aprendemos constantemente." - Luke Marceel

Blog: Estúdio Literário           

Escritor: Luke Marceel (Escritorxxx)

Editora: Independente (Amazon)

Entrevistador: Beto Santos



  Luke Marceel (Escritorxxx) tem 19 anos, é do signo de escorpião e solteiro. Nasceu no interior do Paraná e, atualmente, reside na capital, Curitiba. Escreveu o livro “Adolescência à Flor da Pele – Segredos e Mentiras" da Amazon. Um fenômeno no Wattpad e na Amazon. A literatura que mais gosta é o LGBT, onde explora esse mundo como ninguém.  Esses são um dos adjetivos que compõe o nosso escritor entrevistado de hoje.   

Beto: Boa Tarde Luke! É um prazer conversar com você! O Estúdio Literário está muito feliz!
R: Boa tarde! Eu que estou feliz em estar por aqui.

Beto: De onde veio a vontade de se tornar escritor? 
R: Desde o meu tempo de criança, eu sempre senti uma grande necessidade de contar histórias, de dividir toda aquela loucura que estava presa na minha mente. No entanto, ainda não sabia como fazer isso, mas, com o tempo, eu acabei descobrindo.

Beto: Quem são seus escritores favoritos? Tem algum livro em especial?
 R: São vários, mas vamos focar nos nacionais. Eu tenho muito carinho por Eduardo Spohr, acho esse cara genial e me apaixonei por sua forma de escrever. Então, nada mais justo que citar o excelente “A Batalha do Apocalipse”. Além dele, eu admiro alguns outros colegas que — assim como eu — ainda não tem uma editora. Um deles é o Icaro Trindade, autor de “Lua Escarlate” e “Garoto à Venda”, que vem trabalhando com a literatura LGBT de uma forma linda, não é nada estranho ele ser um dos autores que mais vendem na categoria. Outra, ainda na categoria LGBT, é a Josiane Veiga, uma grande autora, de um peso enorme para a categoria LGBT — a pessoa por trás de “Kinshi na Karada”. Não poderia deixar de citar Yule Travalon, que trás ótimos trabalhos consigo, um dos mais recentes é “Da Fruta Que Você Gosta”.  Além desses, tem muitos outros, eu poderia passar horas citando.

Beto: o que te inspira a escrever?  
R: Essa é uma pergunta difícil. Sou inspirado por várias coisas... coisas como música, relacionamentos e acontecimentos do cotidiano. Eu sempre tento não me basear em alguém que conheço para os personagens, mas, no final do dia, uma coisa ou outra acaba escapando do meu controle. Esses descuidos fazem com que o primeiro amor — aquele bem platônico —, aquela pessoa odiável ou, simplesmente, aquele que você ama, tenha uma certa semelhança com alguns personagens.

Beto: O que você acha da literatura Brasileira?  
R: Definitivamente, não descoberta. Temos autores tão bons quanto os norte americanos e, principalmente, temos livros tão bons quanto os deles. Mas, infelizmente, não possuímos a mesma visibilidade. Mas sou muito otimista e vejo uma grande melhoria e, com o tempo, acredito que as coisas vão mudar. Uma prova disso é o crescimento da categoria LGBT, vários autores estão saindo das colinas e abraçando essa causa maravilhosa. E, como um todo, a literatura nacional está crescendo, mesmo que em passos lentos.

Beto: E o que me diz da literatura sincretista religiosa nacional, ou seja, os escritores religiosos que são muito conhecidos, como o espírita Chico Xavier, o pastor RR Soares e o padre Marcelo Rossi? 
R: Eu não vou mentir, não sou muito religioso. Mas conheço muita gente que é — incluindo a minha família — e, por esse motivo, sei que esses livros são essenciais. Da mesma forma que a categoria LGBT precisa crescer, a literatura religiosa precisa continuar expandindo. Ambas tem um grande público que necessitam desses conteúdos. E, por mais que elas sejam diferentes — e, até mesmo, inimigas —, eu acredito que ambas podem coexistir, afinal, espaço é o que não falta.  

Beto: Além da profissão escrever, tem mais alguma? 
R: Sou um ótimo vendedor, sempre trabalhei nessa área. E é incrível o quanto essa profissão combina com a de escritor. Quando você não tem alguém para divulgar e, literalmente, vender os seus livros... então, é melhor ser bom nisso!

OS LIVROS:

Beto: Como começou o desenvolvimento do seu primeiro livro? Quantos anos você tinha? Publicou ele? 
R: Meu primeiro livro se chamava “O Círculo de Fogo”, que contava a história de vários adolescentes “amaldiçoados”. Eu não tinha nem doze anos quando comecei a imaginar as cenas que mais tarde escreveria.  Depois de um tempo guardando-o para mim, cheguei a postá-lo no Wattpad, mas não concluí. Entretanto, eu ainda pretendo terminá-lo. 

Beto: Como foi o processo de publicação da série de livros Adolescência à Flor da Pele? 
R: A série começou como um simples conto descompromissado, que era publicado em um site de contos eróticos, a famosa “Casa dos Contos”. Ele foi concluído naquele lugar e, logo em seguida, teve a sua primeira versão deletada. Eu desisti de escrever e resolvi excluir todos os meus trabalhos já publicados. Depois de um tempo, comecei a reescrever aquela história — pois necessitava, desesperadamente, voltar para aquele universo —, com uma nova narrativa. E, só então, comecei a publicá-la no Wattpad, a plataforma que me tornou conhecido, onde o primeiro volume da série — Segredos e Mentiras — obteve mais de 500 mil visualizações.
Atualmente, a série está sendo vendida pela Amazon e pode ser adquirida:
Segredos e Mentiras (Volume 1): http://goo.gl/j519HW
O Despertar (Livro Complementar): http://goo.gl/pfonlU

Beto: Pode nos falar um pouco sobre a ideia de escrevê-los?
R: Foi uma história que se formou em minha mente, uma da qual eu precisava, desesperadamente, contar. O personagem Junior foi o meu melhor amigo e o meu pior inimigo, eu sonhei com ele e me imaginei naquele universo, onde os segredos e mentiras dominam tudo. Eu fui seduzido, traído e abandonado.  E, lá na “Casa dos Contos”, comecei a dividi-la com o resto do mundo.

Beto: Como foi esse processo de publicação? O que o Wattpad ajudou? 
R: O Wattpad foi essencial. Talvez, se não fosse por ele, eu ainda estivesse publicando naquele site, com meia dúzia de leitores.

Beto: Por que escolheu publicar independente?  Qual as vantagens e desvantagens?
R: Não acho que foi bem uma escolha. Comecei no Wattpad e caminhei em direção ao Clube de Autores, cliquei na opção de “publicar em editoras parceiras” e, de repente, o meu livro estava sendo vendido em formato e-book no Google Play, Livraria Cultura, Kobo e várias outras. E, mesmo com todas essas livrarias comercializando o meu livro, eu não tirava praticamente nada por mês. Comecei a saborear os resultados quando migrei para a Amazon. Mas tive a ajuda um amigo, alguém que foi incrivelmente sincero. “Suas capas são horríveis” e “ninguém compra aquilo que pode ler de graça” foram parte das coisas que ele me disse naquele dia. Depois de aplicar algumas de suas dicas, eu comecei a aparecer no ranking da categoria LGBT, ganhando um pouco de visibilidade no site. Mas não poderia ser diferente, afinal, aprendi com o melhor.
A vantagem é ter um maior controle sobre o seu próprio trabalho, você não precisa pedir permissão, simplesmente, faz. A desvantagem, como não poderia deixar de ser, é a falta de visibilidade e apoio. Quando se tem uma boa editora por trás do seu livro, tudo é mais fácil, pois você não está sozinho.
Atualmente, eu não tenho uma editora ou algo assim me amparando. Mas, felizmente, não posso dizer que estou sozinho, pois tenho amigos que valem por um time completo.

Beto: Teve incentivo familiar? 
R: Minha mãe á a minha fã número um e acho que sempre será.

Beto:  Alguns livros seus foram escritos com o codinome de “Escritorxxx”. Qual o significado? Por que desse nome? 
R: Como disse no começo, eu comecei a escrever em um site de contos eróticos e, naquela época, não possuía mais de treze anos. Eu mentia sempre na parte de “Você declara que é maior de idade e que aceita as condições descritas abaixo?” para ter acesso ao site. 
Naquele tempo, eu não queria o nome “Lucas Souza” — o meu nome —exposto daquela forma. E “Escritorxxx” foi a maneira que encontrei para começar a postar meus contos por lá. E, por incrível que pareça, o nome pegou. Quando comecei no Wattpad, levei esse nome comigo. Entretanto, essa minha fase — por mais incrível que tenha sido — precisava terminar e realmente terminou.
 Atualmente, eu estou assinando os meus livros como “Luke Marceel” e, em breve, essa assinatura estará presente em todos os meus livros. Eu tenho muito orgulho do “Escritorxxx” e serei eternamente grato a ele, mas eu precisava mudar e me reinventar.  E, para isso, precisei deixar algumas coisas para trás.  

Beto: Além da saga, tens mais algum outro livro que quer compartilhar conosco?
R: Sim, a minha outra série de livros “Entrando de Cabeça”, focada nas situações constrangedoras que acontecem na vida de um adolescente gay. Foi o meu primeiro livro publicado no Wattpad.

Beto: Já que o tema de seu livro é um gay. O que acha dos personagens gays das novelas? Recentemente teve dois beijos gays em novelas e isso repercutiu muito. O que acha?
R: Muitos dizem que a comunidade não está sendo bem representada e, em parte, é verdade, pois há muito estereótipo nessas novelas. Mas é muito difícil fugir disso, principalmente em uma novela que é criada para um público que, em sua maioria, não faz parte dessa determinada categoria. Infelizmente, ainda não existe a possibilidade de um aprofundamento de uma relação homo afetiva em uma novela. Não é que o público não esteja preparado — alguns realmente não estão —, é que, simplesmente, não vende tanto quanto protagonistas heterossexuais. Mas o simples fato de estarem mostrando e se preocupando em enfiar na cabeça das pessoas que “sim, é normal” já é uma grande coisa.

Beto: O que você acha da mitologia moderna, que nasceu com a J.K Rowling e se espalhou por diversos escritores, fazendo os monstros serem bons?
R: Eu sou completamente apaixonado. Toda história tem dois lados e nem sempre o do mocinho é o melhor. É tão delicioso acompanhar um personagem que é mal, mas que tem os seus N motivos para ser assim. Eu sempre tento criar personagens “cinzas”, que não são nem pretos e nem brancos, onde não exista só o bem ou o mal, mas ambos, em uma mesma pessoa. Isso nos aproxima da realidade, pois todos nós temos qualidades e defeitos, erramos e aprendemos constantemente.

Beto: Tem algum sonho que ainda não concluiu? 
R: Mudar para São Paulo e conquistar um espaço só meu — Talvez a grande São Paulo seja a minha “New York”. E, é claro, conseguir me sobressair como escritor, que é o meu maior sonho, assim como o de muita gente.

Beto: Como se vê daqui cinco anos? 
R: Eu me enxergo fazendo aquilo que tanto amo, continuar contando as minhas histórias.

Beto: Tem algum projeto literário em mente? Pode compartilhar conosco?
R: Tenho e, sim, eu posso. Estou prestes a iniciar as postagens do meu novo livro “Meus Reflexos” no Wattpad. Esse novo projeto é bem diferente de tudo o que já escrevi antes, vale muito a pena dar uma conferida. E, por enquanto, é a minha nova aposta.
O prólogo do livro já está disponível:  https://goo.gl/ixVd8S

Beto: Pode aconselhar os novos escritores? 
R: O melhor conselho é saber olhar para trás, para o lugar onde tudo começou. Se você olhar, mesmo que por um pequeno instante, vai se lembrar de toda a jornada pela qual passou e, desta forma, enquanto estiver seguindo em frente, não perderá o foco e, principalmente, a humildade.

Beto: E para os leitores? Algum contato? 
R: Meus leitores são incríveis. O nome “Luke” partiu deles, um apelido para o nome “Lucas”. Sou muito grato por todas essas pessoas. Muito obrigado gente.
E aos que querem continuar me acompanhando nessa nova jornada, pode me seguir através das redes sociais:
Página Oficial: https://goo.gl/j43rrF
Instagram: @lukemarceel
Snapchat: @lukemarceel

Beto: Para finalizar: De Luke para Luke?
R: “Cause the players gonna play, play, play
 And the haters gonna hate, hate, hate 
Baby I'm just gonna shake, shake, shake 
Shake it off”

Beto: Agradecemos por nos responder! Esperamos que todos os seus projetos como escritor e artista possam dar certo! Continue sempre no caminho e nunca, nunca desista! Abraço! 
R: Eu quem agradeço pelo convite e a oportunidade. Eu adorei responder a todas essas perguntas e, principalmente, ter todo esse espaço para falar dos meus livros e da comunidade LGBT.


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2 comentários: Leave Your Comments

  1. Adorei a entrevista e, mais uma vez, muito obrigado pelo convite, foi uma honra.

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  2. Adorei poder conversar com você! Eu que agradeço a gentileza

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