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Entrevista com Fabrício Medeiros (o Menino Júpiter)

"Escrever é um jeito de se expressar, e só um escritor de verdade consegue fazer isso direito." - Fabrício Medeiros

Blog: Estúdio Literário
Escritor: Fabrício Medeiros
Editora:  Interlúdio
Entrevistador:
Beto Santos

 Fabrício Medeiros tem 18 anos. Mora na cidade de Governador Valadares, leste de Minas Gerais. sagitariano, ascendente em Gêmeos, conhecido como Menino-Júpiter, escreveu muitos livros entre eles O Sol da Meia Noite e nos encanta com seus pensamentos no Facebook, solteiro e muito carismático.


Beto: Olá Fabrício! Você e o Ícaro Trindade, que já entrevistei semana passada eram os escritores que mais tive vontade de entrevistar! Está sendo uma honra ter essa conversa com você! 
R: É ótimo saber disso, Beto. Fico honrado, e é um prazer poder conversar com você.

Beto: Quem são seus escritores favoritos? Tem algum livro em especial?
R: Então, eu gosto muito de ler de tudo, conhecer um pouco de tudo também, como escritor, sempre há algo pra se absorver de algum outro livro. Uma autora que sempre me ensina algo novo quando releio um livro dela é Cornélia Funke, e acho que Coração de Tinta dela deveria ser leitura obrigatória a todo escritor.

Beto: O que te inspirou a escrever?
R: Acho que a maioria dos leitores recorreu aos livros para se encontrar ou se perder, meio que como uma fuga do mundo real. Eu acredito que eu li muito e chegou um momento que só ler não bastava, eu precisava escrever também, criar meu mundo também. O que me levou a escrever, tenho quase certeza, foi a necessidade de me expandir também.

Beto: Pra você o que é ser escritor?
R: Acho que mais importante do que vender milhares de livros é escrever e ser entendido, é ver que os leitores se identificam com aquilo. Acho que escrever é um jeito de se expressar, e só um escritor de verdade consegue fazer isso direito.

Beto: De onde veio a vontade de se tornar um escritor?
R: Quando comecei a escrever e vi que estava dando certo, que as pessoas estavam gostando do que liam, quando se empolgavam tanto quanto eu, eu senti que era isso o que eu queria fazer, era isso o que eu queria ser quando crescer, escritor.

Beto: Além de ser escritor, tem alguma outra profissão?
R: Presto serviços como designer enquanto não estou estudando, fazendo capas, diagramações, mas em geral, sempre mexendo com livros.

Beto: Dizem por ai que usa um codinome para escrever alguns livros. Não precisa dizer o seu pseudônimo, porém pode nos dizer se isso é verdade?
R: Sim! É verdade, sim. E tem sido uma experiência incrível.

Beto: Por que resolveu fazer essa separação?
R: Como Fabrício Medeiros eu acabei criando uma personalidade literária, escrevendo romances fantasias, dramas e aventuras. O pseudônimo foi uma oportunidade de mudar um pouco o roteiro, de fugir do que eu habitualmente escrevo, meu pseudônimo me serviu para explorar a literatura além da minha zona de conforto. No começo era mais informal, um nome no wattpad publicando algumas histórias bobas, que eram exclusivamente meu alivio nos momentos de bloqueio criativo, entre um livro e outro eu escrevia algo com o pseudônimo, e quando me dei conta lá estava um livro completo. E mais interessante ainda foi que o feedback foi tamanho, que eu me surpreendi. Muita gente lia, e comentava e indicava, e eu adorei a experiência, porque sem precisar usar meu nome as pessoas começaram a me ler sem me conhecerem.

Beto: O que acha da literatura Brasileira? Tem algum escritor brasileiro favorito?
R: Eu consumo muito literatura brasileira, porque é o que está competindo comigo no mercado, querendo ou não eu preciso acompanhar. E eu sou apaixonado por literatura brasileira, existem novos autores por todos os cantos do país que escrevem tão bem quanto qualquer outro de outra parte do mundo. E o que mais me inspira é a personalidade brasileira que cada autor expressa, minha estante é 80% nacional. Sou suspeito para eleger um favorito, gosto de muitos, de verdade.

Beto:  O que tem a falar-nos da literatura religiosa? Como vê as demandas de livros espiritualistas como as do Chico Xavier, R.R. Soares, Edir Macedo, Zibia Gaspareto, Marcelo Rossi e Fabio de Melo?
R: Acho que cada linha editorial tem o seu mercado, cada gênero tem o seu público, e existem livros literários e livros meramente comerciais, mas todo livro acrescenta de um jeito ou de outro algo em cada leitor.

Beto:  O que tem a nos falar sobre das novas mitologias que iniciou com J.K. Rowling (Harry Potter) e se espalhou por vários escritores como as sagas Crepúsculo, Diários de um Vampiro, Sussurro entre outros?
R: Muito livro bom surgiu depois de Harry Potter, e acho que J. K. veio para gritar pro mundo que QUALQUER UM pode ser um escritor. Depois dela foi comum o surgimento de sagas e séries sobre os mais variados temas. Ainda não conclui nenhuma série, mas admiro muito quem consegue. Escrever série é algo difícil e trabalhoso. A única coisa que não gosto é quando uma série se torna comercial, perde o seu conteúdo prolongando-se por volumes intermináveis, quando a história já foi mais que suficiente.

Beto: O que acha dos escritos homoafetivo que estão surgindo rapidamente e dos personagens gays de novelas como o Niko e o Felix ou a Marina e a Clara?
R: Eu amo todos os autores que escrevem literatura LGBT, todos mesmo. E acho incrível a coragem de têm para pegar um tema tão pouco abordado e movimentar tão rápido o mercado. Isso é incrível. Todo livro traz uma história, algo para se ensinar, e os livros com essa temática são os que mais ensinam sobre humanidade. Acho que personagens como esses são essenciais em qualquer história, por serem parte do mundo real, mais plausíveis que anjos e vampiros, e mais fortes ainda. Já criei alguns personagens do tipo, e foi uma experiência indescritível, algo que tenho orgulho e que farei outras vezes.

Beto: Ouvi dizer que está com um projeto de uma editora, conte-nos mais sobre isso!
R: Sim! Tive o prazer de poder fazer parte da Editora Interlúdio. Depois de algumas experiências editoriais e algumas decepções e surpresas, acabei descobrindo que existe editora que publica qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo por dinheiro. A Interlúdio veio para quebrar isso, veio para trazer livros bem trabalhados, com personalidade e conteúdo. A Editora Interlúdio é aberta exclusivamente para novos autores, querendo levar uma boa primeira experiência para esses autores.

Beto: Tem algum sonho que ainda não concluiu?
R: Sim, vários. Não são bem como sonhos, são mais como metas, lugares onde ainda sonho em chegar.

Beto: Como se vê daqui cinco anos?
R: Dando aula de português em alguma escola, escrevendo e editorando em meu tempo vago. Imagino um futuro simples, fazendo as coisas de que realmente gosto, ensinar e escrever.

Livros:



Beto: O livro o Sol da Meia Noite, publicado pela editora Multifoco (1ª edição) fora o seu primeiro livro lançado, certo? Como foi a experiência de publicar e como foi a experiência com a editora?
R: O primeiro livro publicado é extasiante, pegar no livro impresso é sentir liberdade pra dizer: Eu consegui. Eu sou um escritor. Eu fiz isso. É incrível, algo que só se sente uma vez. Depois disso tudo acontece mais rápido. O Sol da Meia-Noite foi o famoso divisor de águas, o livro que me abriu as portas. A Multifoco foi a primeira editora que me deu oportunidade, e sou grato a isso por ela, mas infelizmente tive de deixá-la, porque "O Sol" não se encaixava na linha editorial da editora.

Beto: Como surgiu a ideia de criar esse livro, que pelo que sei, fala de um jeito diferente o conto de fadas de “A Bela e a Fera”?
R: O Sol da Meia-Noite é aquela história que me ocupou quando ainda tinha 14 anos logo quando comecei a ter problemas com insônia. De certa forma, O Sol é aquele livro que eu gostaria de ler, que eu gostaria de pegar em uma livraria e comprar. Eu escrevi o Sol para mim. Sempre fui apaixonado por Contos de Fadas, e achei perfeito a junção de algumas lendas com o cenário sempre noturno do polo norte. O Resultado se pode conferir no livro.

Beto: Qual livro mais gostou de escrever? Qual foi o mais rápido?
R: O que mais gostei de escrever foi o primeiro escrito em pseudônimo, acho que mais pela experiência, e pelo retorno que ele gerou imediatamente. Fosfeno foi escrito em tempo recorde, em apenas um mês, e eu amei como a história se completou e se moldou frenética.

Beto:  Como o wattdap pode ajudar um escritor?
R: O Wattpad é o que separa o escritor e o leitor. Publicar um livro lá é correr o risco de ser lido. O Wattpad consegue aproximar tanto o leitor e o autor que isso acaba se tornando um incentivo à escrita. Escrever no Wattpad é ótimo, e indico sem dúvidas para qualquer um, quer leve escrita à sério, ou só como um hobbie.

Beto: Sua família o incentivou?
R: No começo eles não sabiam, e só descobriram quando eu cheguei e disse: "Escrevi um livro, e vou publicar com a Multifoco. Preciso que você assine o contrato." Meu pai ficou surpreso, mas depois disso todos se movimentaram. Meus amigos sempre souberam, e claro, foram os que mais se empolgaram. Como na época eu ainda era novo, 15 anos apenas, muito eu fiz sozinho, mas o que não podia fazer sozinho recebi a ajuda de muitas pessoas boas.

Beto: Qual seu gênero literário favorito para escrever?
R: Eu tenho tentado escrever de tudo, tentado me identificar e me exercitar nisso também, porque escrever é como fazer academia, se você parar os músculos se atrofiam. Eu sempre me senti confortável escrevendo romances fantasia, mas tenho me descoberto muito nos contos também, e na poesia, então acho que ainda estou indeciso quanto ao meu favorito.

Beto: Muitos escritores iniciantes estão lendo a sua entrevista, qual o conselho você daria para eles de escritor para escritor? Gostaria de deixar algum contato?
R: Acho que o mais importante de tudo, como disse antes e o que faz a coisa dar certo, é acima de tudo escrever um livro que você exclusivamente gostaria de ler, aquele livro que te chamaria atenção em qualquer lugar. Já vi muito gente começando com tendências do mercado, escrevendo sobre o que todo mundo está lendo. Quase nunca isso dá certo. Estou aberto a qualquer pergunta no meu email: fabrícioalvesmedeiros@hotmail.com.

Beto: E para os leitores, não escritores, tem algo a dizer? Gostaria de deixar algum contato ou pagina ou site?
R: Vocês é quem fazem o show, não a banda, se não houvessem leitores ninguém escreveria. É maravilhoso quando um leitor dá um feedback, manda um comentário na página ou no email, é o combustível para a criatividade de todo autor. Continuem, só continuem.

Beto: Para finalizar: De Fabrício para Fabrício?
R: Acho que preciso melhorar muito, em tudo. Mas de certa forma continuar o mesmo. Evoluir sempre, melhorar, mas não mudar. É isso.

Beto: Agradeço por responder todas as perguntas, e como eu disse no começo, você é um dos escritores que mais quis entrevista-lo, um sonho realizado! Fique com Deus e boa sorte em tudo que você fizer! És um grande escritor! Tem um enorme potencial!

R: Ah, obrigado, Beto, foi um enorme prazer, de verdade. Fico muito feliz com isso. E muito obrigado, o mesmo em tudo para você. 

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Até mais!


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