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Resenha: O Silêncio da Chuva.



Blog: Estúdio Literário
Resenha: O Silêncio da Chuva
Autor: Luiz Alfredo Garcia-Roza
Editora: Companhia das Letras
Ano de Lançamento (Brasil): 1996



Sinopse: No centro do Rio de Janeiro um executivo é encontrado com um tiro, sentado ao volante de seu carro. Além do tiro, único e definitivo, não há outros sinais de violência. É um morto de indiscutível compostura. Mas isso não ajuda: ninguém viu nada, ninguém ouviu nada. O policial encarregado do caso, inspetor Espinosa, costuma refletir sobre a vida (e a morte) olhando o mar sentado em banco da praça Mauá. No momento tem muito sobre o que refletir. De um lado um morto surgido num edifício-garagem; de outro a incessante multiplicação de protagonistas do drama. Tudo se complica quando ocorre outro assassinato e pessoas começam a sumir.



Olá pessoal. Tudo certinho?? Hoje vamos falar um pouquinho de "O silêncio da Chuva".

O Silêncio da Chuva é o primeiro romance policial de Luiz Alfredo Garcia-Roza, ele recebeu os prêmios Nestlé e Jabuti em 1997 e foi publicado em nove países. Sabemos que Luiz Alfredo ganhou um dos mais importantes prêmios, se não o mais, da literatura brasileira: Jabuti. Então podemos julgar que é um livro bem escrito, e provavelmente muito bom: Completamente certo.

Eu não conhecia esse escritor, e nunca li nenhum trabalho dele, o conheci por um vídeo que assisti de Raphael Montes, autor de Suicidas e Dias Perfeitos, em que ele indicava esse livro, que é o primeiro que conta a história do Inspetor Espinosa. Tenho que destacar a sua narrativa, que é muito leve e de fácil entendimento, O silêncio da chuva é narrado em primeira e terceira pessoa, mas não ficou uma coisa embolada, e de difícil entendimento, o li em praticamente um dia, comecei na noite de segunda e na terça a tarde já tinha terminado. A história já começa com a narração do suícidio de Ricardo Carvalho, um diretor de uma multinacional e milionário. Não foi na verdade um assassinato, o que me chamou muita atenção, nas primeiras duas páginas sabemos que Ricardo Carvalho, se matou. Porém temos o sumisso misterioso de sua pasta e da arma, fazendo a polícia pensar que fora um assassinato, aí entra o inspetor Espinosa que foi encarregado do caso.

Particulamente gostei muito do inspetor Espinosa, nome diferente não é, mas mesmo com esse nome incomum ele me fascinou e me prendeu no deccorrer da história. Temos outros personagens que comtribuem grandemente para o desenvolvimento da história: Max, o 'bandidinho' da zona norte, mais atrapalhado do que qualquer outra coisa, temos também a Alba, uma mulher a frente do seu tempo, decidida e auto suficiente, e a secretária Rose.

Temos inúmeras reviravoltas e várias explicações no decorrer da história, e a entrada de outros personagens, descobrimos como a arma e a pasta sumiu, o por que Ricardo Carvalho se matou, o sumiço misterioso de Rose, mas a principal qestão a ser resolvida e que ficou até as ultimas páginas escondida, mesmo eu já sabendo, foi a misteriosa morte da mãe de Rose. Isso deu um fôlego para a história que já era muito boa, e me fez ler com ainda mais gosto, até mesmo quando consegui desvendar todo o mistério e advinhar quem era o assassino da mãe de rose. 

Não falarei mais, para não entregar nenhum spoler. Mas indico a leitura a todos que gostem de um suspense policial muito bem escrito e montado, com um final que ninguém poderia advinhar. Hoje mesmo já encomendei o segundo romance de Luiz Alfredo Garcia-Roza e estou doido para começar. Como presente e um tira gosto, deixarei aqui embaixo o suposto 'prólogo' de O silêncio da chuva'. Espero que gostem.


O Silêncio da Chuva
Luiz Alfredo Garcia-Roza



"Examinou a arma com delicadeza de quem examina uma peça rara. Sentiu-lhe o peso, correu o dedo pelo cano até a alça de mira, abriu o tambor, fazendo-o girar, fechou-o com um movimento de mão e tesou o gatilho; experimentou a empunhadura sem apontar para nada, olhos fechados, apenas tato. A inscrição Detective Special, ao longo do cano, lembrou-lhe velhos filmes policiais. Retirou nda caixa e introduziu no tambor, uma de cada vez, lentamente, seis balas. Fechou o tambor, guardou a caixa de balas e a flanela no fundo da gaveta e colocou a arma dentro da pasta. Sobre a mesa, o dinheiro e o envelope. Colocou-os em outra divisão, separados do revólver. Percorreu a sala com os olhos, pegou a pasta, destrancou a porta do escritório e saiu.
Na sala contígua despediu-se de Rose, a secretária, e no hall do elevador encontrou Cláudio Lucena. Preferia não ter discutido com ele, mas agora não fazia diferença, já haviam discutido com ele, mas agora não fazia diferença, já haviam discutido inúmeras vezes sem qe a amizade fosse abalada. Antes de o elevador chegar ao térreo, todo o resíduo de animosidade se dissipara. Trocaram algumas palavras na calçada e se separaram.
Caminhou ela rua São José, na direção do edifício-garagem Menezes Cortes. Não tinha pressa, não tnha dúvidas. Sua vaga cativa ficava no segundo piso e o acesso é feito pelas escadas rolantes da galeria. Estacionara a poucos metros da porta que dá para a escada. a escuridão do estacionamento contrastava com a luminosidade exterior. O movimento de saída ainda era pequeno.
Entrou no carro, sentou-se à direção, colocou a pasta no banco ao lado, recostou a cabeça e ficou algum tempo pensando nos últimos acontecimentos. A sensação era de paz. Abriu o porta-lvas e retirou o maço de cigarros, guardado desde que decidira deixar de fumar, puco mais de dois meses antes. Saboreou o cigarro lentamente; as tragadas fortes, após longo tempo de abstinência, deixaram-no a lucidez. Assim que terminou, fechou novamente os vidros, abriu a pasta, retirou o revólver, encostou o cano na têmpora direita e puxou o gatilho."




2 comentários: Leave Your Comments

  1. Sua resenha é muito boa, só dá uma olhadinha em erros de digitação. Mas já me deixou com vontade de ler este livro!

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