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Rascunhos da Ju - Vingança Redentora (parte 2)





E ai, galerinha, tudo bem? Gostaram do início de Vingança Redentora? Espero que sim! Então aí esta mais uma parte da história para voces se deleitarem. Ah, quero comentarios hein?! Beijão!





Vingança Redentora (parte 2)


Joana e Armando caminharam em silêncio pelo jardim até chegarem ao portão dos fundos da propriedade. Sentia-se nervosa por sair com um completo desconhecido à noite, ainda mais por estar em roupas íntimas. Mas havia outro sentimento crescendo em seu peito: liberdade. Sabia que estava desobedecendo às ordens de seu pai, mas não se importava com isso pelo simples fato de estar algo que era de sua vontade e que fugia às regras impostas pela sociedade.
- Qual a idade de sua irmã? - perguntou de repente, arrancando Armando de seus pensamentos.
- O que disse? Ah sim, ela tem 7 anos. - respondeu nervosamente.
- O senhor parece bastante tranquilo para quem está com um ente querido muito doente.- observou a jovem - Está escondendo algo? - ela parou e olhou no fundo daqueles olhos negros, esperando por uma resposta.
Armando inspirou fundo e passou a mãos pelos cabelos. A moça em sua frente parecia frágil em sua baixa estatura e corpo magro e esbelto, contudo, enganava-se quem pensava assim: sua sagacidade estava além do que ele imaginou. Com certeza ela desconfiava de algo. Então, seria melhor mentir ou mostrar-lhe o que ele realmente queria?
- Na verdade, não tenho uma irmã muito doente a minha espera. Estou aqui por outro motivo. - Armando respondeu em um tom que fez Joana estremecer e recuar.
            - Então, o que...
- Há alguns anos, seu pai tirou tudo o que minha família possuía e desgraçou a vida de meu pai, que morreu na sarjeta sem ter como sustentar a mim e minha mãe. Tentamos fazer um acordo amigável e recuperar apenas o suficiente para sobreviver, mas o Sr. Leopoldo Castro simplesmente disse que não poderia nos ajudar, porque tinha sido por causa da irresponsabilidade de meu pai que eu e minha mãe estávamos naquela situação. Mas que ela poderia trabalhar em sua casa se quisesse. Indignei-me com tal petulância e jurei me vingar daquele pulha, tirando tudo dele. - Joana viu ódio nas profundezas escuras do olhar daquele estranho.
- Mas... Ainda não entendi o que tenho a ver com tudo isso. - ela recuperou a voz.
- Em breve você entenderá, Joana Castro.
Viu o estranho a sua frente pegar algo na sacola que carregava. Queria correr, mas suas pernas teimavam em não sair do lugar. Observou-o se aproximar enquanto sua respiração acelerava, antecipando o que viria a seguir.
Armando preparava-se para colocar seu plano de vingança em prática logo após ter revelado toda a verdade à jovem, que agora estava paralisada de medo em sua frente. Viu seu peito subir e descer de ansiedade enquanto o observava pegar a sacola que carregava nas costas. Havia levado cordas e alguns acessórios que utilizaria assim que chegassem na cabana abandonada e ela descobrisse que não existia criança alguma. Mas, como fora forçado a revelar suas intenções mais cedo, teria que se apressar antes que a moça reagisse. Se Joana gritasse, tudo estaria perdido.
- O q-que pretende fazer comigo? - gaguejou a moça.
- Primeiramente, cuidarei para que fique calada. - Armando disse num tom intenso - Já me cansei desse seu atrevimento! - acrescentou com fúria.
O que estava acontecendo com ela? Por que não fugia dali enquanto ainda era tempo? Sua mente gritava para que corresse, mas as pernas não obedeciam. Não duvidava de que aquele estranho poderia ser perigoso. Entretanto, havia algo mais naquele homem, algo em seu olhar que a encantava inexplicavelmente. Todavia, não podia dar-se por vencida.
- Se fizer algo comigo, meu pai irá encontrá-lo e acabar com sua vida. Resolva seus problemas com ele e me deixe fora disso. - ousou.
- Cale a boca, garota! Você não sabe do que sou capaz. - explodiu Armando em um tom ameaçador.
            Joana não teve tempo para agir. Apenas sentiu quando uma das mãos do desconhecido a segurou com força na nuca e a outra lhe cobriu o rosto com um pano que estava encharcado com algum líquido de aroma muito forte. O cheiro penetrou em suas narinas, queimando por todo o caminho até chegar em seus pulmões. Sentiu seus olhos arderem e a mente pesada - não conseguia mais pensar em nada -, até que uma névoa envolveu-lhe a consciência e ela flutuou para a escuridão.
Observando o corpo inerte da moça em seus braços, Armando admirou sua beleza: a pele branca era tão macia quanto uma pétala de rosa, o rosto redondo emoldurado por longos cabelos ruivos faziam-na parecer uma daquelas pinturas do século 19. Era tão bela quanto esperta, e não merecia pagar pelos erros que o pai cometera. Mas não tinha outra escolha, sua mãe não podia esperar pela compaixão de Leopoldo - algo que nunca aconteceria.
Ergueu Joana em seus ombros e caminhou para fora do jardim. Seria uma longa caminhada até alcançarem a cabana abandonada que havia encontrado no bosque, e esperava que ela não acordasse antes disso.

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