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Conto: Traição

Anderson entra em seu lar e encontra tudo apagado, o jovem empresário de seus trinta anos, liga a luz da sala e vê sua esposa sentada na poltrona que no mesmo momento o aborda dizendo:
- Como vai a Claudia?
- Claudia? – ele se espanta. Como que Julia sabia sobre Claudia?
- Sim, meu amor! – ironiza ela. Julia pega um papel e lê para ele- “Meu amor! Eu não consigo mais viver sem você, você é tudo para mim! Te amarei para sempre. Mal posso esperar para que possamos dividir a mesma cama juntos, sem a mala da sua mulher te ligando para falar de seus filhos. O que eu só quero é tê-lo ao meu lado! Com amor Claudia. ” – cada palavra que ela disse saiu com muito ódio.
- Julia! Eu posso explicar! – disse ele indo para perto dela. No mesmo instante, Julia empurra ele.
- Não encosta em mim! – gritou- Eu já desconfiava que você tinha uma mulher, mas eu nunca quis acreditar, afinal, nunca dei um motivo sequer para que você fosse procurar em outro lugar!
- Ela me seduziu!
- Ah seduziu? Você é um grande palhaço! -gritou ela ainda mais alto jogando um vaso de planta em cima dele, que se desvia.
- Calma, pelo amor de Deus! – suplicou.
- Calma? Sabe o que eu acho engraçado? É que enquanto eu ralava aqui dentro, enquanto eu suava, cuida dos nossos filhos, deixava a casa um brinco para você, deitava-me contigo na cama, você saia com a outra, curtia, e ostentava coisas que você nunca me deu! Como essa nota de um motel cinco estrelas! -ela começou a soca-lo- Eu te odeio! Odeio Anderson!
- Vamos conversar direito! – pedia ele segurando Julia para não levar mais socos.
Julia corre para o andar de cima, vai ao quarto e começa a pegar as roupas dele:
- Conversar direito? Você vai ver o que é conversar direito! -  ela começou a jogar as roupas dele pela janela e gritando- Esse aqui é um safado! Eu o odeio!
- Para Julia! Os vizinhos vão acordar! – ele estava tomando as roupas da mão dela. – Onde fica minha reputação?
- Sua reputação? Você não tem mais! Me enganou! Me fez de trouxa!
            Anderson agarrou Julia na tentativa de um beijo, porém ela o empurrou:
            - Enquanto eu te amava, você me enganava! Eu não quero nunca mais seus beijos, seus abraços! Não quero que me toques! Tenho nojo até de seu olhar! Só quero que você esqueça que eu exista!
            - Mas e o nosso juramento de amor que fizemos no altar da igreja?
            - Você quebrou quando se deitou com a vaca! – esbravejou. Agora suma daqui!
            - Mas essa casa também é minha! – disse ele.
            - Não se preocupe que eu vou sair daqui amanhã! Por hoje, por causa das crianças, eu fico e amanhã eu vou embora. Você procure um hotel pra ficar!
            Julia colocou Anderson porta a fora. Assim que fechou a porta começou a chorar sentada no chão de costas para a porta. Seu choro era sentido, de uma mulher que amava seu marido, mas que não aceitava uma traição.
            Ela viu sua vida de casada passar pela sua frente. Desde o dia em que se conheceram, até o nascimento do filho mais novo. Das noites de amor, do casamento, das coisas que conquistaram, das brigas que tiveram, das viagens e mimos. Eram dezoito anos que estavam juntos.

            Já Anderson saiu de carro pelas ruas de São Paulo atordoado. Tudo o que ele queria era voltar no tempo. Tinha se arrependido e era tarde demais. Não entendia o porquê tinha feito aquilo. Mas era tarde demais para entender. 


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Até Mais!


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