Olá, galerinha! Como estão? Espero que bem. Para aqueles que não me conhecem, meu nome é Ju Cardoso, tenho 22 anos, sou cadeirante e autora do livro Rascunhos da Ju - minha primeira obra literária publicada pela Autografia Editora -, que teve seu lançamento no último dia 12/09.
Fui convidada pelo Marlon a fazer parte da equipe deste blog tão inovador que é o Estúdio Literário. Aqui compartilharei meu trabalho como escritora, além de dicas e opiniões sobre artes em geral.
E, para começar, trago o conto Vingança Redentora: uma história que mostra quão grande é o poder do amor. Por ser um pouquinho grande, ele será dividido em algumas partes.Bom, vou parar de enrolar aqui e ir logo ao que interessa... rs
Vingança Redentora (parte 1)
– Se é desta forma que
ele quer, assim terá. Deus sabe o quanto quis esquecer e tentar sobreviver com
as migalhas que nos restaram. Mas, agora que minha mãe adoeceu, não dá mais:
preciso reivindicar o que, por direito, é nosso e aquele pulha simplesmente roubou.
Se conversar – implorar, melhor dizendo - não adiantou nada, vamos ver o que
consigo atingindo seu bem mais precioso.
Com o ódio fervilhando em
seus olhos, Armando observava uma das janelas da grandiosa mansão do Sr.
Leopoldo Castro através de um volumoso arbusto que o escondia por completo.
A noite estava quente, as estrelas brilhando no céu. A jovem Joana, única e adorada filha de Leopoldo, cantarolava uma melodia suave enquanto admirava a Lua redonda e prateada no céu negro da noite. Mal sabia o que a aguardava.
A noite estava quente, as estrelas brilhando no céu. A jovem Joana, única e adorada filha de Leopoldo, cantarolava uma melodia suave enquanto admirava a Lua redonda e prateada no céu negro da noite. Mal sabia o que a aguardava.
– Perdoe-me senhorita,
não quero incomodá-la, mas necessito urgentemente de sua ajuda. - disse
Armando, aproximando-se do parapeito da janela de Joana. Ficou impressionado
com tamanha beleza, porém, não podia deixar que isso o desviasse de seu
objetivo.
– O que o senhor quer de
mim? Não deveria estar em meus jardins tão tarde da noite. Acho que devo chamar
meu pai... – deu um passo para trás. Era um homem bonito, mas com certo
mistério no olhar, notou Joana. Algo em seu interior dizia que ela deveria se
afastar daquele estranho enigmático, todavia quanto mais o mirava mais se
sentia atraída por aqueles olhos negros.
Armando percebeu tal
reação e aproximou-se mais da janela.
– Por favor, não faça
isso. Não quero lhe fazer mal, apenas preciso de ajuda com minha irmã caçula
que está doente. Minha casa fica perto do lago, não é muito longe daqui. Por
favor, não quero que ela morra! – mentiu Armando, torcendo para que a moça se
comovesse com sua história.
– Por que não chamou um
médico? - Joana questionou, desconfiada.
– Não sabia o que fazer.
Vim correndo por dentro do bosque até que cheguei aqui em seu jardim e vi luz
em sua janela. Não tenho muito tempo, por favor, venha comigo. Joana não sabia
o que pensar.
Nem sabia o nome daquele
homem de pé defronte sua janela, como poderia saber se estava falando a
verdade? Talvez mentisse e só quisesse se aproveitar dela, fazer-lhe mal e
extorquir dinheiro de seu pai.
De qualquer forma, ele havia mencionado uma criança, sua irmãzinha estava muito doente. Ninguém seria capaz de inventar uma mentira envolvendo a saúde de um ser tão inocente. Ou seria?
Com um suspiro, ela olhou no fundo daqueles olhos negros como a noite e tomou sua decisão.
De qualquer forma, ele havia mencionado uma criança, sua irmãzinha estava muito doente. Ninguém seria capaz de inventar uma mentira envolvendo a saúde de um ser tão inocente. Ou seria?
Com um suspiro, ela olhou no fundo daqueles olhos negros como a noite e tomou sua decisão.
Armando viu várias
emoções passarem pelo rosto da jovem moça: medo, dúvida, compaixão e – sim, não
estava enganado – uma leve excitação.
Na cidade de Zerdália, Joana era muito conhecida, mas não apenas por ser a única herdeira do homem mais rico e influente, que era temido por todo e qualquer cidadão por causa de suas atitudes violentas para com os pobres e falta de respeito às mulheres. A bela dama era totalmente o oposto de seu pai.
Na cidade de Zerdália, Joana era muito conhecida, mas não apenas por ser a única herdeira do homem mais rico e influente, que era temido por todo e qualquer cidadão por causa de suas atitudes violentas para com os pobres e falta de respeito às mulheres. A bela dama era totalmente o oposto de seu pai.
Sempre tratava as pessoas
com o máximo de carinho e respeito possíveis e crianças eram seu ponto fraco.
Muitas vezes, saíra escondida de seu pai para cuidar do filho doente de algum
vizinho menos favorecido. Joana sempre procurava ajuda ao próximo. E foi
baseado em sua demasiada solidariedade, que Armando armou todo o plano de
vingança contra Leopoldo.
Joana era a única pessoa
que o atingiria de verdade.
Esperou enquanto observava as feições da moça alterando-se.
Esperou enquanto observava as feições da moça alterando-se.
– Espere um minuto. – ela
finalmente respondeu, adentrando o quarto. Armando observou, alarmado. Será que ela
chamaria o pai? Certamente não. Sua expressão não era a de quem faria algo
assim; ela parecia resignada.
Voltou após alguns
minutos vestindo uma capa de couro por cima de seus trajes de dormir, estava
preparando-se para pular o parapeito.
– Não preciso de sua
ajuda, posso muito bem me virar sozinha. – Joana disse no momento em que
Armando se aproximava para ajudá-la. Ele imediatamente parou diante de seu tom
ríspido.
– Serei eternamente grato
por sua ajuda, senhorita. Não sabe o quão desesperado...
– Lembre-se de que faço
isso apenas por sua irmã, nada mais que isso. – interrompeu-lhe – Portanto,
vamos de uma vez antes que notem minha ausência. – desceu do parapeito e pousou
os pés no chão sem fazer barulho.
Além de gentil, a moça era bem atrevida para uma dama da alta sociedade, mas ele teria bastante tempo para acabar com toda aquela petulância, Armando pensou com um sorriso malicioso brotando em seus lábios.
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