Resenha - E não sobrou nenhum (antigo: O caso dos dez negrinhos) de Agatha Christie
Blog: Estúdio Literário
Resenha: E não sobrou nenhum (antigo: O caso dos dez negrinhos)
Autor (a): Agatha Christie
Editora: Globo Livros
Lançamento (Brasil): 2009 (1ª edição)
Gênero: Policial, suspense, assassinato.
Sinopse: Uma ilha misteriosa, um poema infantil, dez soldadinhos de poscelana e muito suspense são os ingredientes com que Agatha Christie constrói seu romance mais importante. Na ilha do Soldado, antiga propriedade de um milionário norte-americano, dez poessoas sem nenhuma ligação aparente são confrontadas por uma voz misteriosa com fatos marcantes de seus passados.
Convidados pelo misterioso mr. Owen, nenhum dos presentes tem muita certeza de por que estão ali, a despeito de conjecturas pouco convincentes que os levam a crer que passariam um agrdável período de descanso e mordomia. Entretanto, já na primeira noite o mistério e o suspense se abatem sobre eles e, num instante, todos são suspeitos, todos são vítimas e todos são culpados.
É neste clima de tensão e desconforto que as mortes inexplicáveis começam e, sem comunicação com o continente devido a uma forte tempestade, a estadia transforma-se em um pesadelo. Todos se perguntam: quem é o misterioso anfitrião, mr. Owen? Existe mais alguém na ilha? O assassino pode ser um dos convidados? Que mente ardilosa teria preparado um crime tão complexo? E, sobretudo, por quê?
São essas e outras perguntas que o leitor será desafiado a resolver neste fabuloso romance de Agatha Christie, que envolve os espíritos mais perspicazes num complexo emaranhado de situações, lembraças e acusações na busca deste sagaz assassino. Medo, confinamento e angústia: que o leitor descubra por si mesmo porque E não sobrou nenhum foi eleito o melhor romance policial de todos os tempos.
Olá pessoal, tudo certinho?! Hoje vamos falar um pouco desse que é o melhor romance policial de todos os tempos e explicarei aqui os motivos.
E não sobrou
nenhum, narrará a história de
dez personagens que até então não se conhecem e vão todos a convite do mr. Owen
para a ilha do soldado, curtirem uma semana de férias. Não primeiras 30 páginas
é nos apresentado as maioria dos personagens, e como eles receberam seus
respectivos convites, etc. Até aí tudo bem. Então eles vão para a ilha do
soldado e chegando lá descobrem que o anfitrião e sua esposa a quem convidara
cada um dos personagens não estão na casa e que só chegariam no dia seguinte.
Com a chegada da noite, depois que o jantar é servido, uma misteriosa voz acusa
a cada uma das dez pessoas que estão na casa de terem cometido um assassinato
direta ou indiretamente, e que saíram impunes de tais crimes.
Então temos o primeiro assassinato. E o mistério
fica no ar, é muito evidente que todos os dez personagens haviam cometido os
crimes que mr. Owen acusou cada um, e a incerteza e desconfiança toma conta do
local:
Quem é mr. Owen?
Onde ele está? Qual é seu plano?
São muitas dúvidas e incertezas, e quem matou o
primeiro homem, será que um dos nove em meio ao alvoroço da mensagem que
acabaram de ouvir, ou uma pessoa que está escondida na ilha do soldado.
“Dez soldadinhos saem para jantar, a fome os move;
Em deles se
engasgou, e então sobraram nove.
Nove soldadinhos
acordado até tarde, mas nenhum está afoito;
Um deles dormiu
demais, e então sobraram oito.
Oito soldadinhos
vão a Devon passear e comprar chiclete;
Um não quis mais
voltar, e então sobraram sete.
Sete soldadinhos
vão rachar lenha, mas eis
Que um deles
cortou-se ao meio, e então sobraram seis.
Seis soldadinhos
com a colmeia, brincando com afinco;
A abelha pica
um, e então sobraram cinco.
Cinco
soldadinhos vão ao tribunal, ver julgar o fato;
Um ficou em
apuros, e então sobraram quatro.
Quatro
soldadinhos vão ao mar; um não teve vez,
Foi engolido
pelo arenque defumado, e então sobraram três.
Três soldadinhos
passeando no zoo, vendo leões e bois,
O urso abraçou
um, e então sobraram dois.
Dois soldadinhos
brincando ao sol sem medo algum;
Um deles se
queimou, e então sobrou só um.
Um soldadinho
fica sozinho fica sozinho, só resta um;
Ele se enforcou,
E não sobrou
nenhum.”
Raramente escrevo trecho de algum livro em minha
resenhas, porém não poderia deixar de colocar esse poema que tem um significado
tão grande para toda a história, o poema do soldado, simplesmente narra cada
morte como cada uma vai acontecer, e acontece exatamente do jeito que o poema
narra, então temos o conhecimento que o tal mr. Owen não é simplesmente um
assassino, mas um maluco que quer fazer os assassinatos perfeitos, e conforme o
poema, dando um toque mais que especial, não pense que esse poema é algum
spoiler, pois não é. O livro é cheio de reviravoltas, você ao mesmo tempo
suspeita de todos, a cada página o suspeito muda e acho difícil, alguém ter cem
por cento de certeza de quem é o assassino, é claro que em um momento ou em outro,
todos suspeitam também do próprio assassino, mas na folha seguinte ela suspeita
se desfaz.
Eu adorei como o livro foi organizado, ele é narrado
em terceira pessoa, mas a Agatha, a todo instante entra na cabeço dos
personagens, narra o que cada um está pensando, sei falar quem é quem, cada
personagem tem suas suspeitas de quem é o assassino, isso nos dar uma visão
maior de toda a trama, de tudo o que está acontecendo. E quando o livro termina,
você fica ainda pensando quem é o assassino, ele era um dos dez que estavam
mortos, ou verdadeiramente havia uma décima pessoa na ilha, quem e como essa
pessoa conseguiu matar dez pessoas e sair impune, verdadeiramente a Agatha
conseguiu dar um nó na cabeça de todos os leitores, até sabermos de fato quem é
o assassino e todos os detalhes que cercam essa trama.
Acho que nem falei os motivos que fazem esse ser o
melhor romance policial, talvez não tenha, enfim o livro é o motivo para esse
ser o melhor romance policial, um dos melhores livros que li na minha vida, a
narração, os personagens, os assassinatos, o poema, a trama, o assassino, enfim
o livro.
E essa foi a resenha de hoje, espero que tenham
gostado e até mais.