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Resenha - Sete Anos de Fernanda Torres


Blog: Estúdio Literário
Resenha: Sete Anos 
Autor (a): Fernanda Torres
Lançamento (Brasil): 2014
Editora: Companhia das letras
Gênero: Crônicas

Sinopse: A entrada em cena de Fernanda Torres no mundo das letras foi apoteótica. Seu primeiro romance, Fim, lançado em novembro de 2013, cativou centenas de milhares de leitores pelo Brasil, atraiu a atenção de diversas editoras ao redor do mundo e ainda foi elogiado pelos críticos mais prestigiados do país. Era de esperar que suas crônicas não demorassem a sair.
Desde 2007, Fernanda tem mantido assídua relação com a imprensa. Estreou na revista piauí, assumiu uma página quinzenal na Veja Rio e em seguida uma coluna mensal na Folha de S.Paulo. Sete anos reúne parte dessa contribuição. São pensamentos divertidos e reveladores sobre cinema, teatro, política, família e assuntos do cotidiano. Há ainda um texto inédito: o pungente "Despedida", que trata da morte de seu pai.
Os leitores de seu romance e de suas colunas na imprensa, seu público na TV e no teatro, todos encontram neste livro o tom confessional, o carisma, a inteligência aguda e o olhar irônico que fazem de Fernanda Torres uma das artistas mais brilhantes de nosso tempo.



Olá pessoal, tudo certinho. Hoje falarei um pouquinho do livro Sete anos, de Fernanda Torres.

Para começar, já adianto que adorei esse livro da Fernanda, Já tinha lido “Fim”, o primeiro romance dela, e havia adorado, então decidi dar uma chance para um livro de crônicas, essas crônicas reunidas nesse livro foram escritas durante sete anos, para a Piauí, Veja Rio e Folha de S.Paulo, e temos uma crônica inédita, que na minha opinião é uma das melhores, e é a crônica que narra o falecimento de seu pai.
Nesse livro, vemos como Fernanda Torres é uma pessoa extremamente culta, dando referencias de diversas fontes, inclusive da literatura, separei um trecho da crônica ‘Acaso’, trecho de uma peça que sua mãe Fernanda Montenegro apresentou:

“O homem é uma realidade finita que existe por sua própria conta e risco. O homem irrompe no mundo e depois é que se define, mas no princípio ele é nada. Ele não será nada até o que fizer de si mesmo: Logo não há natureza humana, porque não há Deus para concebê-la. O homem simplesmente é não apenas o que concebe de si mesmo, mas o que deseja ser. Esse é o primeiro principio do existencialismo, tido equivocadamente como uma filosofia negativa, de angustia e do fracasso. Não! É uma teoria que afirma que o homem está lançado e entregue ao determinismo do mundo, que pode tornar possíveis ou impossíveis as suas iniciativas. Esta contingência é a liberdade na relação do homem com o mundo. O acaso é quem tem a última palavra.”

Enfim é difícil de falar sobre um livro de crônicas, pois não temos uma história com inicio, meio e fim; temos um conjunto de crônicas que falam sobre muitas coisas, que Fernanda Torres viveu de certa maneira. Posso dizer que em “Sete anos” conheci um pouco dessa extraordinária atriz e escritora, e que me deixou com vontade de quero mais.

Se o mundo fosse justo, Fernanda Torres escreveria mal – e não haveria nada de errado nisso. Uma das maiores atrizes brasileiras, bonita, bem casada, filha de Fernando Torres e Fernanda Montenegro, mãe de dois filhos – e “magra”, lembra minha mulher –, receberíamos seus textos como quem vê Bill Clinton tocar saxofone, Chico Buarque jogar futebol, Paul McCartney expor umas telas: eles seriam bons em outras áreas, deixem que se divirtam à toa, vai...Acontece que Deus foi bem pouco equânime aos aspergir talentos sobre esta pobre humanidade: enquanto a maioria de nós se esforça para fazer, mal e mal, uma coisa só, Fernanda Torres vem mostrando como escritora o mesmo talento que a consagrou como atriz. Se fosse acometida por um “stage fright”, o pânico de entrar em cena que abordou em sua primeira matéria para a revista Piauí, poderia dar as costas à ribalta e viver da pena. Viver bem, aliás: seu romance de estreia, Fim (2013), foi elogiado pela crítica, vendeu mais de 100 mil exemplares e por várias semanas figurou como único representante tupiniquim nas listas Best-sellers do país.Sete anos, seu segundo livro, traz uma seleção de colunas escritas para a Veja Rio e a folha de S.Paulo, além de matérias e perfis publicados na Piauí. Os diferentes registros poderiam resultar numa obra heteróclita, mas quer fale das filmagens de Kuarup, do julgamento do mensalão ou das contribuições do aspargo da sexualidade humana, a voz de Fernanda Torres se sobressai, garantindo a coesão do volume.
Trata-se de uma voz muito particular. Do jornalismo, ela colheu as maiores virtudes – descrição objetiva, frases curtas e diretas, economia de meios – mas sem descambar para a secura ou se esconder atrás do cinismo, como tantos que precisam emitir opiniões e não querem correr o risco de errar e/ou se expor. Fernanda se expõe. Talvez por não temer o palco, por sua trupe de Dionísio, sob a escrita apolínea vai deixando aflorar contradições, numa rara mistura de concisão e peito aberto. Mistura que nos dá um conjunto de ensaios curtos cheios de insights sobre o Brasil das últimas décadas e, ao mesmo tempo, um conjunto de crônicas sobre esta mulher incrível que, fosse o mundo justo, escreveria tão bem quanto o Pelé atua.Acontece que o mundo não é justo – neste caso: ainda bem.”  – Antonio Prata

Então pessoal, essa é nossa resenha de hoje, Até Mais!!






Marlon Souza, escritor, idealizador e co-criador do Estúdio Literário, está a vias de lançar seu primeiro romance: "Às vezes até se tudo der errado, pode ser bom!", pela editora Autografia.

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